Investimento de 75 milhões vai "colocar o Douro a funcionar 24h por dia"
A União Europeia já aprovou a comparticipação de metade da verba necessária para concluir, no prazo de um ano, a primeira fase do projecto "Douro's Inland Waterway 2020", que abrangerá também o transporte de mercadorias.
A APDL - Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo apresentou esta quinta-feira, 23 de Julho, um projecto de investimento avaliado em 75 milhões de euros para tornar navegáveis os cerca de 220 quilómetros do rio Douro, da foz até Barca d'Alva. No ano passado, mais de meio milhão de passageiros navegaram nas águas do Douro.
"Temos de caminhar, a curto prazo, para uma navegação segura, com comunicações ao longo do canal e forte formação de todos os agentes que nela trabalham. Queremos colocar o rio a funcionar 24 horas por dia", disse o presidente da APDL, Brogueira Dias, explicando que vários problemas ao nível da sinalização, das comunicações ou das eclusas - estes têm de ser resolvidos em conjunto com a EDP - "não o permitem actualmente".
A primeira fase do projecto, no valor de 4,7 milhões de euros, está prestes a arrancar depois de ter sido confirmada a 10 de Julho a comparticipação (51%) da União Europeia, ao abrigo do programa "Aproximar Europa".
A APDL estima que até ao final do primeiro semestre de 2016 estará concluída esta fase, que incluirá os levantamentos hidrográfico e topográfico, estudos ambientais para correcção do traçado e elaboração de um plano de emergência.
A APDL estima que até ao final do primeiro semestre de 2016 estará concluída esta fase, que incluirá os levantamentos hidrográfico e topográfico, estudos ambientais para correcção do traçado e elaboração de um plano de emergência.
A segunda fase, que absorverá o grosso do investimento (perto de 70 milhões de euros) será dedicada à operacionalização de um sistema que envolve o controlo de tráfego, o controlo meteorológico, a gestão intermodal e a gestão portuária, envolvendo alterações ao canal de navegação e a modernização das comunicações.
Dois troços do rio, mais próximos da foz do rio Tua e do rio Corgo, precisam de ser corrigidos para melhorar as condições de segurança.
Dois troços do rio, mais próximos da foz do rio Tua e do rio Corgo, precisam de ser corrigidos para melhorar as condições de segurança.
Aumentar turistas e mercadorias
Numa apresentação feita a bordo de um barco construído em 2005 nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Brogueira Dias destacou que esta é uma das duas vias navegáveis da Península Ibérica, a par de Guadalquivir, mas que pode ter o dobro da extensão da via espanhola.
No dia em que será inaugurado o novo terminal de cruzeiros do Porto de Leixões, o gestor sublinhou que essa nova infra-estrutura tem um cais específico para navios que podem acostar e fazer a ligação fluvial, podendo assim ser "usado o Porto de Leixões em articulação com a Via Navegável do Douro".
No dia em que será inaugurado o novo terminal de cruzeiros do Porto de Leixões, o gestor sublinhou que essa nova infra-estrutura tem um cais específico para navios que podem acostar e fazer a ligação fluvial, podendo assim ser "usado o Porto de Leixões em articulação com a Via Navegável do Douro".
O secretário de Estado do Turismo assinalou que "o Douro é um dos activos turísticos do país, tem procura" e o Governo tinha "a obrigação de criar condições para melhorar a experiência turística e aumentar a segurança".
"É nossa obrigação fazer isto para duplicar o número de passageiros. (...) Os investimentos que fazemos têm de ser uma resposta à procura. Aqui a procura existe e pode ser incrementada", acrescentou Adolfo Mesquita Nunes.
"É nossa obrigação fazer isto para duplicar o número de passageiros. (...) Os investimentos que fazemos têm de ser uma resposta à procura. Aqui a procura existe e pode ser incrementada", acrescentou Adolfo Mesquita Nunes.
No entanto, este projecto "Douro Inland Waterway 2020", a concretizar até ao final da década, abrange também o reforço do rio Douro como meio de transporte de mercadorias.
O presidente da APDL deu o exemplo da produção de 500 mil toneladas de granito produzidas anualmente no Norte do País e que segue para a exportação através do transporte rodoviário que faz a ligação ao porto de mar. Actualmente, "só uma ínfima parte é transportada pelo rio, que pode aumentar a sua quota".
O presidente da APDL deu o exemplo da produção de 500 mil toneladas de granito produzidas anualmente no Norte do País e que segue para a exportação através do transporte rodoviário que faz a ligação ao porto de mar. Actualmente, "só uma ínfima parte é transportada pelo rio, que pode aumentar a sua quota".
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