Como os Lugares que Você Frequenta Fazem Você?
Como os Lugares que Você Frequenta Fazem Você Comer Mais (ou Menos)Quem nunca disse que ia tentar diminuir a porção dos alimentos no almoço ou comer menos no lanchinho da tarde e quando viu acabou exagerando nas quantias no final das contas? O que pode parecer um descuido ou fruto de um apetite mais voraz em determinado dia é objeto de estudo para o escritor e professor de ciência da nutrição da Universidade de Cornell, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, Brian Wansink.
O trabalho de Wansink é focado em como as pessoas, mesmo sem querer, comem mais do que gostariam e na avaliação de como um ambiente, ou seja, os lugares que uma pessoa frequenta, podem moldar os seus hábitos alimentares. Ele também avalia como a predileção do ser humano por comer por impulsão não precisa necessariamente resultar em comer além da conta.
Em uma entrevista concedida à revista Mother Jones, o pesquisador e escritor revelou algumas das descobertas que fez durante sua carreira em relação à influência que diferentes locais onde as pessoas geralmente vão exercem na alimentação, e por consequência, no peso. Algumas dessas conclusões do trabalho de Wansink estão logo abaixo, em forma de conselhos. Confira a seguir:
Quando decidir fazer uma de suas refeições em um restaurante, escolha se sentar em uma mesa próxima a uma janela. É que segundo as descobertas de Wansink quem come nesse local está 80% mais propenso a pedir uma salada.
Já se o seu problema é o exagero no consumo de doces e você sabe que já está na hora de maneirar, a dica é não sentar no bar ou perto dele. Isso porque de acordo com os estudos do pesquisador quem faz isso tem 73% a mais de chances de pedir que o garçom lhe traga um prato doce.
Além disso, é importante escolher se alimentar em um restaurante bem iluminado e que ofereça aos clientes um fundo musical suave, para não somente ter uma refeição mais agradável como também ingerir uma quantidade menor de calorias.
Para o escritor, essa história de ser extremamente cuidadoso com o que come no restaurante e se privar de consumir algo que queria muito nem sempre é uma atitude vantajosa: “Se você disser às pessoas que sejam conscientes com o que pedem, elas não gostarão tanto (da refeição) e irão se compensar por isso mais tarde. Eles dizem a si próprios que merecem um sorvete já que comeram uma salada no jantar”, disse ele.
Por fim, existem algumas orientações mais específicas do professor para quando você estiver comendo em um bufê chinês (mas que também podem ser muito bem aplicadas a bufês com outras temáticas): use os pauzinhos ao invés dos talheres, escolhe pratos menores, observe todo o bufê antes de começar a colocar comida no prato (assim você tem tempo de ver o que realmente quer e deve comer e não pega nada por impulsão), não sente muito perto do bufê e fique virado de costas para a comida, a fim de não encará-la o tempo todo e sofrer menos com a tentação de encher o prato mais um pouquinho.
Quando for fazer compras no supermercado, não passe correndo pela sessão de frutas e vegetais, mas ande por ali ao menos durante uns 10 minutos. É que de acordo com Wansink, quem faz isso tende a comprar mais produtos do tipo do que quem passa ligeirinho por ali.
Outra sugestão do escritor é escolher o exemplar mais em conta e de tamanho maior quando for comprar cereais. Já quando chegar em casa, a recomendação é separar o conteúdo em recipientes menores. Tudo porque quando uma pessoa come em um prato menor, a tendência é que consuma uma quantidade também menor do alimento
E nem mesmo as crianças ficaram de fora das pesquisas sobre tendências de costumes alimentares feitas por Wansink. Em um de seus estudos, ele descobriu que é vantajoso servir frutas a elas em recipientes coloridos: elas tendem a comer duas vezes mais frutas nesse tipo de prato do que quando elas são oferecidas em um pote de inox, por exemplo.
Outra orientação em relação às frutas é cortá-las antes de servi-las às crianças. Uma pesquisa que o estudioso fez em escolas mostrou que quando as crianças receberam maçãs cortadas em fatias houve uma redução de 48% no número de maçãs jogadas fora sem terem sido consumidas.
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