Roménia: Iohannis afirma que vai lutar contra a corrupção no país

Os apoiantes de Iohannis celebraram em Bucareste, ontem à noite



O liberal-conservador Klaus Iohannis é o próximo Presidente da Roménia, segundo resultados divulgados esta manhã.

O até agora presidente da Câmara de Sibiu, na Transilvânia, derrotou o primeiro-ministro social-democrata Victor Ponta na segunda volta, disputada no domingo. É o quinto chefe de Estado da Roménia democrática e o primeiro oriundo da minoria étnica alemã.
Com 96% votos contados, Iohannis somava 55,8% dos votos, contra os 44,2% de Ponta. São números surpreendentes, dado que as sondagens e projeções à boca da urna não tinham previsto uma diferença tão grande. Com um terço das mesas escrutinadas, o vencedor escreveu "Ganhámos!" no seu perfil de Facebook e Ponta declarou: "Felicitei o senhor Iohannis pela sua vitória. O povo tem sempre razão".
A participação terá sido de cerca de 62%, um recorde para a Roménia. "A votação foi fenomenal. A participação foi enorme", considerou Iohannis. Na primeira volta, disputada por 14 pessoas a 2 de novembro, apenas 53,2% do eleitorado foi às urnas. Ponta foi o candidato mais votado, com 40,4%, mais 10% do que Ponta.
Iohannis pertence à minoria romena de origem alemã. A sua campanha nesta eleição - a sétima presidencial desde a democratização do país, em 1989 - centrou-se no combate à corrupção. Soube aproveitar o desgaste do Governo de Ponta, que tem vários elementos suspeitos de corrupção e tentou adotar, em dezembro do ano passado, leis que conferiam imunidade aos governantes. Protestos populares fizeram o primeiro-ministro recuar.
 Primeiro-ministro não se demite
O facto de a economia romena ter entrado em recessão no segundo trimestre de 2014 também pode ter pesado, embora se espere um crescimento de 2,2% este ano.
Ponta, que governa desde 2012, afirma que, apesar desta derrota, o seu Executivo permanecerá em funções. "Não tenho motivo para me demitir", afirmou à televisão romena. Ontem à noite, porém, milhares de pessoas exigiam a sua saída nas ruas de Bucareste. Ponta teve más relações com o Presidente cessante, Traian Basescu, e não se espera que sejam melhores com o novo chefe de Estado, que o derrotou nas urnas.
Os três milhões de romenos emigrados, numa população total de 20 milhões, terão sido decisivos. A dificuldade em votarem na primeira volta (só 160 mil o conseguiram) gerou manifestações que levaram à queda do ministro dos Negócios Estrangeiros. Segundo os estudos de opinião, os emigrantes são mais adeptos de Iohannis.
 Autarca bem sucedido
Klaus Werner Iohannis tem 55 anos e é um antigo professor de Física num liceu. Durante os seus quatro mandatos como autarca, desde 2000, Sibiu assistiu a um crescimento do turismo, tendo sido capital europeia da cultura em 2007. O edil foi reeleito com resultados próximos dos 80%. Em 2009, quatro dos cinco partidos com assento parlamentar quiseram nomeá-lo primeiro-ministro - após a queda em bloco do Governo do liberal Emil Boc, mas o Presidente Basescu recusou a proposta.
Lidera o Partido Democrático Liberal, que governava antes de Ponta, e antes chefiou o Fórum Democrático dos Alemães da Roménia. A etnia alemã, presente desde o século XII, ficou muito reduzida após a revolução de 1989, que depôs o ditador comunista Nicolae Ceaucescu. Os próprios pais de Iohannis emigraram para a Alemanha em 1992
O novo chefe de Estado nasceu em Sibiu e fala romeno, alemão e inglês. Formou-se em Física na Universidade de Cluj-Napoca, em 1983. Inspetor escolar em Sibiu - e, depois, nacional - nos anos 1990, pertence à igreja evangélica luterana ligada à etnia alemã na Roménia.

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