Lisboa. Aviões russos provocaram desvio do tráfego aéreo comercial
Pela segunda vez esta semana, bombardeiros russos foram interceptados pela Força Aérea Portuguesa
Vários aviões militares russos violaram ontem de manhã o espaço aéreo nacional e obrigaram as autoridades aeronáuticas a desviar aviões comerciais.
E isto porque os bombardeiros russos passaram muito perto da zona terminal da aproximação de Lisboa. Como já acontecera na quarta-feira, os bombardeiros foram sempre escoltados por dois caças F-16 portugueses depois de terem passado pelos espaços aéreos de França e Espanha.
De acordo com as autoridades portuguesas, dois bombardeiros estratégicos russos Tu-95 Bear H foram interceptados às 8h30. Os bombardeiros russos passaram muito perto da zona terminal da aproximação de Lisboa até ao Sul do país.
No entanto, desta vez o sobrevoo dos aparelhos russos representou efectivos riscos para o tráfego da aviação comercial, uma vez que os controladores aéreos civis não os conseguiam detectar evitando que a sua trajectória interferisse com a rota dos aviões civis. O controlo aéreo civil teve de ser informado da intrusão pela Força Aérea.
Mais uma vez, nenhum dos bombardeiros russos apresentou plano de voo autorizado e não mantiveram contacto rádio com o controlo aéreo civil ou militar.
Os dois aparelhos voaram com os transponders desligados (para identificação), evitando deliberadamente a identificação pelo controlo aéreo civil. Tecnicamente, os bombardeiros de longo alcance russos não entraram na zona de soberania portuguesa, mas sobrevoaram a costa a 12 milhas náuticas, violando claramente o espaço aéreo sob responsabilidade nacional.
As incursões de aviões militares russos têm aumentado em 2014. De acordo com a NATO, só em 2014 foram detectadas mais de 100 operações no espaço de segurança europeia, o triplo de 2013.
Estas operações russas, mais que uma provocação, pretendem ser testes aos sistemas de defesa da NATO e obrigar a uma revisão dos acordos de segurança estabelecidos em 1991 entre a Rússia e o Ocidente na sequência da queda do Muro de Berlim e do fim do regime soviético.
Estas operações russas, mais que uma provocação, pretendem ser testes aos sistemas de defesa da NATO e obrigar a uma revisão dos acordos de segurança estabelecidos em 1991 entre a Rússia e o Ocidente na sequência da queda do Muro de Berlim e do fim do regime soviético.
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