Possível insolvência da Rioforte poderá justificar queda das ações da PT, dizem analistas
A possível insolvência da Rioforte, do Grupo Espírito Santo, e a nota de 'research' do Morgan Stanley, assessor da Altice na eventual compra da PT Portugal, estarão a justificar a elevada desvalorização das ações da PT, segundos analistas.
Segundo João Queirós, da GoBulling, uma das principais causas da enorme queda dos títulos da PT, que já chegaram a cair cerca de 29%, foi a rejeição na sexta-feira pelo Tribunal do Luxemburgo do pedido de gestão controlada da Rio Forte Investments, já que isso poderá significar a insolvência desta empresa do Grupo Espírito Santo e, logo, a impossibilidade da Portugal Telecom vir algum dia a recuperar os cerca de 900 milhões de euros que ali investiu em papel comercial.
No mesmo sentido, a agência Bloomberg sublinha o chumbo pelo Tribunal do Luxemburgo do pedido de proteção de credores da Rioforte, destacando a queda de 29% nas ações da PT pelas 13:00 de Lisboa.
Além da dívida da Rio Forte, a Portugal Telecom detém como único ativo a posição na brasileira Oi, com quem está em processo de fusão, se bem que ameaçado agora desde que começaram os rumores de que a Oi queria vender a PT Portugal e o interesse do grupo francês Altice já manifestado na compra do ativo.
João Queirós refere que a existência de potenciais compradores contribui para a perspetiva de que o negócio futuro entre a PT e a Oi possa ser prejudicado.
O analista acrescenta ainda que a nota de 'research' divulgada na sexta-feira pelo Morgan Stanley, um dos bancos que está a assessorar a Altice na eventual compra da PT Portugal, também veio contribuir para a desvalorização dos títulos da PT, já que atribuía um preço-alvo de 79 cêntimos às ações da PT.
"O Morgan Stanley colocava a valorização dos títulos da PT próximo dos 80 cêntimos", reforçou João Queirós.
Já para Octávio Viana, consultor da Dif Broker e presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), poderão existir outros fatores, nomeadamente o "'stress' financeiro de alguns acionistas de referência" que possam estar já fora das margens e em liquidiação ou a própria antecipação dos 'players' do mercado em torno dessa possibilidade.
"Além de grandes acionistas que possam estar nesta situação, há também pequenos acionistas que utilizando crédito bancário são executados automaticamente, porque ultrapassam o nível de garantia, havendo uma cascata de ordens a entrar e a desencadear outras ordens", disse.
Pelas 15:20 de Lisboa, as ações da PT já seguiam a aliviar mas ainda assim caíam 15,16% para os 1,03 euros.
Comentários
Enviar um comentário