Kobane. Estado Islâmico "está a bater em retirada" do enclave



Comandante curdo garante que lutas das YPG no terreno e ataques aéreos da coligação internacional estão a fazer recuar jihadistas


O mote é recorrente desde que cerca de nove mil militantes do autproclamado Estado Islâmico (EI) chegaram ao enclave curdo de Kobane, na fronteira da Síria com a Turquia: "Se Kobane cair nas mãos dos jihadistas, não haverá mais Turquia."

Todos parecem acreditar nisto à excepção dos próprios turcos, cujo governo continua a não tomar uma decisão para apoiar a coligação internacional que está a combater os jihadistas no Iraque e na Síria e que, em vez disso, decidiu bombardear alvos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), no Sudeste do país, na segunda-feira à noite.

Perante a inacção do governo de Ahmet Davuglotu (que substituiu Tayyip Recep Erdogan após o ex-primeiro-ministro ter vencido as eleições presidenciais do país em Agosto), os 21 aliados ocidentais e árabes que integram a campanha anti-EI estão a multiplicar os bombardeamentos a alvos jihadistas nos arredores de Kobane, no distrito sírio de Aleppo, dando uma ajuda preciosa às Unidades de Protecção do Povo (YPG) que estão no terreno a tentar evitar que a cidade caia nas mãos dos extremistas sunitas.

Os ataques estão a ser tão frutuosos que, depois de semanas de combates intensos que viram os jihadistas tomar grande parte do enclave na fronteira sírio-turca, ontem uma comandante curda garantiu à BBC que o EI está agora a bater em retirada. 

À excepção de duas bolsas ainda sob controlo jihadista, explicou Baharin Kandal ao telefone, os militantes já abandonaram o restante território que haviam tomado a 16 de Setembro. Os 14 bombardeamentos levados a cabo pela coligação internacional entre quarta e quinta-feira foram de extrema importância e firmaram a "libertação para breve de Kobane", garantiu Kandal - que se recusou a dizer quem está a ajudar as YPG com armas, combatentes e outros meios.

É provável que entre os grupos que estão a dar apoio às unidades esteja o PKK, já que as YPG são o braço armado do Partido Democrático Curdo (PYD), o movimento político que representa a minoria curda na Síria e que é assumidamente apoiado pelo partido curdo da Turquia, que o país e o Ocidente classificam de "grupo terrorista".
As lutas por Kobane são um dos grandes testes à campanha aérea que os Estados Unidos lançaram em meados de Agosto no Iraque e, um mês depois, na Síria para, nas palavras de Barack Obama, "travar e destruir o Estado Islâmico". 

Depois de, no final da semana passada, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ter declarado que o enclave "não é uma prioridade estratégica" da campanha, essa postura parece agora ter mudado. Em comunicado, o Comando Central das forças dos EUA avançou onte que os últimos 14 ataques aéreos "atingiram, com sucesso, 19 edifícios tomados pelo EI, dois postos de comando, três posições de combatentes, três posições de snipers e um acampamento improvisado pelos militantes".

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