Número de mortos pelo ebola supera 4 mil

Equipe de socorro transporta corpo na Libéria (Foto: EPA)
Epidemia de ebola já deixa mais de 4000 mortos segundo autoridades de saúde

O número de mortes atribuídas à epidemia de ebola aumentou para mais de 4 mil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como sugerem os últimos dados, foram registradas 4.024 mortes suspeitas ou confirmadas na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa – os países mais afetados pela doença.

Oito mortes foram ligadas à febre hemorrágica no Senegal e uma nos Estados Unidos.
No total, os casos de todos os países do Oeste da África já chegam a 8.399.
Comitê de crise espanhol

Os últimos dados sobre a epidemia vêm a público no momento em que parlamentares da Libéria se recusaram a dar mais poderes especiais à presidente para lidar com a crise de ebola.
A presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf, já declarou estado de emergência, o que lhe permite impor quarentenas.

Um parlamentar, Bhofal Chambers, alertou que conferir poderes adicionais à Presidência poderia transformar a Libéria em um "Estado policial".

As Nações Unidas dizem que mais de 233 membros de equipes de saúde morreram até agora no cumprimento do dever.

Uma enfermeira na Espanha está sendo tratada do vírus depois de ter sido infectada por um paciente com ebola que havia sido repatriado da Libéria – o país mais fortemente atingido pela doença, com 2.316 mortes.

Teresa Romero estaria em estado grave, porém estável. Ela está sendo tratada em um hospital em Madri.

O premiê espanhol, Mariano Rajoy, criou nesta sexta-feira um comitê especial para lidar com o impacto do primeiro caso de ebola na Europa.

Ele afirmou que a situação é "complexa e difícil", mas ressaltou que o governo tinha um plano claro sobre o que precisava ser feito.

Ao mesmo tempo, mais sete pessoas na Espanha vinham sendo monitorados em um hospital por suspeita de ebola.

Soro experimental

Enquanto isso, uma autoridade da OMS disse à BBC que os especialistas globais nesse tipo de doença não conseguiram prever a escala da epidemia de ebola.

Chris Dye, da OMS, disse que a resposta internacional está ajudando, mas o importante agora é olhar para frente.
"Nós pedimos uma resposta de cerca de R$ 1 bilhão; até agora temos R$ 300 milhões, e mais foi foi prometido, então um pouco menos da metade do que precisamos, mas está subindo o tempo todo".

Em abril, a organização MSF (Médicos Sem Fronteiras) apontou para a potencialidade do vírus de se instalar, mas naquele momento a OMS minimizou o alerta, afirmando que o ebola não era uma epidemia e que não se tratava de um fato sem precedentes.

Na sexta-feira a MSF informou sobre um acentuado aumento dos casos na capital da Guiné, Conakry, acabando com a esperança de que a doença havia sido estabilizada por lá.

Enquanto isso no Mali, um soro experimental está sendo testado em trabalhadores da saúde.
A experiência será feita em diversos países e os resultados serão enviados a especialistas para determinar se ele pode oferecer proteção contra o ebola.

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