Investigadores criam aeronave não tripulada para vigilância marítima dentro de dois anos


A Força Aérea está a desenvolver o maior exercício em Portugal com aeronaves não tripuladas. O objetivo é melhorar as missões de busca e salvamento e vigilância marítima.

Prosseguir buscas de náufragos no meio de temporais ou à noite vai ser possível em 2016 em Portugal, com uma aeronave não tripulada (UAV) inventada pelo Centro de Investigação da Academia da Força Aérea (CIAFA) e em testes desde 2012.

A Força Aérea está a desenvolver o maior exercício em Portugal com aeronaves não tripuladas, o “Sharpeye 14″, a partir do aeródromo civil de Santa Cruz, em Torres Vedras, depois de ter investido mais de 500 horas de voo a testar o aparelho.
“O objetivo é integrar este tipo de tecnologia no âmbito do dispositivo da Força Aérea que leva a cabo as missões de busca e salvamento e vigilância marítima. Temos objetivos muito concretos para, dentro de dois anos, ter tecnologia apta a ser utilizada em contexto operacional. A ideia não é substituir as aeronaves tripuladas, mas sim complementá-las”, explicou o coronel José Morgado, diretor do CIAFA, à agência Lusa.
O diretor do CIAFA sublinhou que, em articulação com aeronaves tripuladas, as UAV conseguem aumentar a eficácia operacional e constituem uma poupança para o país, adiantando que os custos de combustíveis associados a uma hora de voo rondam os 0,50 euros, uma diferença abissal em relação às aeronaves tripuladas empenhadas nestas missões.
Uma central móvel, com diversos equipamentos informáticos e de telecomunicações de ponta, trabalha como cabine de pilotagem, dando instruções remotas ao UAV “Alpha” no sentido de alterar a sua velocidade, altitude ou rumo, mas também recebe as imagens que em tempo real vai captando.
Durante 15 dias, os militares estão empenhados em testar voos sobre o mar da costa Oeste, aterragens automáticas sem a presença do operador, testar o envio dos dados para sistemas de informação oficiais e deteção, identificação e localização de alvos na água, até uma distância de 100 quilómetros da costa.
O aparelho, dependente de pista para as operações de descolagem e aterragem, pesa no máximo 25 quilos e possui autonomia que pode ir até às quatro horas. Está dotado de tecnologia para efetuar operações para detetar embarcações, balsas salva-vidas ou até náufragos com colete salva-vidas, mas também assegurar outras ações de vigilância costeira.
“Estaríamos em condições de usar uma rede de UAV para neste momento intervir no acidente do Prestige de 2002, em que foi necessário ter meios aéreos tripulados da Força Aérea permanentemente no ar a monitorizar em tempo real a evolução da mancha de petróleo”, exemplificou.
UAV semelhantes ao “Alpha”, como o AS30, podem ter tecnologia adaptada e serem até lançados de catapultas, sem necessidade de pista, para outras missões militares, como apoio a navios da Marinha, ou, no campo civil, monitorização por exemplo de linhas de distribuição de energia elétrica, do estado das arribas ou de fogos florestais.
O “Alpha”, cujo custo da investigação do protótipo rondou os 15 mil euros, vai ser testado, pela última vez, em 2015/2016, num voo a ligar Madeira e Açores.

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