PCP quer saber "exata situação" de governantes com aplicações no GES
O partido quer saber se o Governo confirma a notícia de que 16 dos seus membros tinham exposição, sob formas diversas, à situação do Grupo Espírito Santo.
No texto, endereçado ao ministro da Presidência e Assuntos Parlamentares, e a que a agência Lusa teve acesso, os comunistas citam uma notícia de segunda-feira do jornal "Público", onde era revelado que 16 membros do atual Governo tinham exposição, sob formas diversas, à situação do GES.
"Apesar da legislação europeia apenas determinar a salvaguarda das contas até cem mil euros, aquando da aplicação da medida de resolução ao BES, o Governo aprovou um plano de salvaguarda cujo limiar se situa acima daquele montante", alerta o PCP, acrescentando que "alguns membros do Governo ficaram, assim, incluídos no plano de salvaguarda, quando tal não ocorreria caso tivesse sido utilizado como critério o limiar que decorre das normas europeias".
Nesse sentido, o partido quer saber se o Governo confirma as informações do "Público", e pretende também esclarecimentos sobre o "destino" das aplicações financeiras detidas por elementos do Executivo, e se as mesmas estão agora no 'bad bank' ou no banco de transição.
"Que motivos justificam a opção do Governo ao legislar no sentido de salvaguardar todos os depósitos e aplicações, independentemente do valor ser acima de cem mil euros?", interrogam ainda os comunistas, no texto assinado pelo deputado Miguel Tiago, coordenador do partido na comissão parlamentar de inquérito sobre o caso BES.
Segundo a notícia do "Público", 16 governantes, entre ministros e secretários de Estado, "assistiram com particular atenção ao desmoronar de todo o império Espírito Santo."
Alguns dos referidos governantes são acionistas de empresas que faliram e outros têm contas acima de 100 mil euros no banco do grupo, revela o jornal.
Os deputados coordenadores da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES estão esta tarde reunidos à porta fechada com o presidente da comissão para organizar os trabalhos futuros.
Na quarta-feira haverá uma reunião, aberta, com a totalidade dos deputados, na qual será apreciado e votado o regulamento da comissão e os requerimentos dos partidos para as audições futuras, bem como os pedidos de documentação que deram entrada na mesa.
No total, o PSD tem sete deputados efetivos na comissão de inquérito ao BES, incluindo o presidente, Fernando Negrão, o PS tem cinco parlamentares, PCP e CDS dois e o BE um.
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