Portugal de “cofres cheios” e os “bolsos vazios” dos portugueses
A ministra das Finanças afirmou, ontem, que Portugal tem “os cofres cheios” para pagar as dívidas. Hoje, o líder do PS respondeu. “Os portugueses, infelizmente, estão com os bolsos vazios”, comentou António Costa.
Se Portugal é o copo, a água dá lugar ao debate político sobre o dinheiro: está meio vazio ou meio cheio?
Para a ministra das Finanças, está completamente cheio. “Temos cofres cheios para poder dizer tranquilamente que se, alguma coisa acontecer, (…) podemos estar tranquilamente durante um período prolongado sem precisar de ir ao mercado”, garantiu Maria Luísa Albuquerque.
Só que entre a disponibilidade do país para pagar a dívida pública e a disponibilidade dos habitantes desse país para pagarem as dívidas pessoais vai a distância de um copo, como lembrou o secretário-geral do PS.
“Os portugueses é que, infelizmente, estão com os bolsos vazios”, comentou António Costa: “Esta ideia que o Governo tem de que os portugueses estão mal e o país está bem como se o país não fossem as pessoas é, de facto, não compreender que o centro da atividade política são mesmo as pessoas”.
“Este Governo vive fora da realidade”, insistiu o também presidente da Câmara de Lisboa: “Só isso explica que o Governo tenha lançado um programa de regresso dos imigrantes”.
“Nem a economia nem o país são estatísticas, mas empregos e pessoas que têm ou não trabalho e a realidade das pessoas é a sua vida e não as fantasias da ministra das Finanças”, reforçou.
A resposta do dirigente socialista surgiu depois da ministra, que participou no encerramento das jornadas da JSD, em Leiria, ter garantido que Portugal consegue honrar os compromissos na eventualidade de “acontecer à nossa volta que perturbe o funcionamento do mercado”.
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