Europa lança com sucesso mais dois satélites Galileu
Europa lança com sucesso mais dois satélites GalileuDepois de falha em Agosto, o programa de navegação europeia esteve parado à espera dos resultados da comissão de inquérito.
A Europa conseguiu lançar nesta sexta-feira dois novos satélites Galileu, sete meses após ter falhado o lançamento de dois satélites, que atrasou o avanço do sistema europeu de localização da Europa, que vai competir com o GPS dos Estados Unidos.
“De acordo com todas as informações que dispomos, estou feliz por dizer que o Adão e a Anastácia estão exactamente na órbita onde deveriam estar”, declarou Stéphane Israël, director da empresa Arianespace, responsável pelo lançamento. “Foi por isso um sucesso pleno”, acrescentou.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), os satélites foram colocados “na órbita destinada, a uma altitude de cerca de 23.500 quilómetros, três horas e 48 minutos depois do foguetão ser lançado”.
O sétimo (Sat-7) e o oitavo (Sat-8) satélites da futura “constelação” de 30 aparelhos do sistema Galileu foram lançados num foguetão russo Soyuz. O aparelho descolou da base espacial em Kourou, na Guiana Francesa, às 18h46 locais de sexta-feira (21h46, hora de Lisboa), no horário previsto.
Nos nove minutos após a descolagem, os três módulos inferiores do Soyuz foram sendo libertados à medida que o combustível se gastou. Depois, a Fregat, o módulo superior do foguetão ligou o motor para transportar os dois satélites fabricados pela empresa alemã OHB.
“Este lançamento marca a retomada do lançamento e colocação da constelação Galileu”, sublinhou o director-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, citado num comunicado da agência.
No início da década passada, a Comissão Europeia decidiu avançar com o programa Galileu, um meio para a Europa se tornar independente do GPS (Sistema de Posicionamento Global) americano, que fornece vários serviços para os transportes terrestres e marítimos. Mas ao fim de alguns anos, o programa foi ficando atrasado e os custos dispararam.
A 22 de Agosto, o programa sofreu um sério revés quando o foguetão Soyuz colocou os satélites Sat-5 e Sat-6 em órbitas erradas.
Uma comissão de inquérito analisou o sucedido e concluiu que o problema foi provocado pelo “design impreciso” do tubo de alimentação da Fregat. Desde então, foram efectuadas correcções pelo fabricante russo.
Sistema operacional em 2020
No fim de Janeiro, a Comissão Europeia, que financia a 100% o Galileu, deu luz verde para a retomada dos lançamentos do Soyuz no fim de Março.
“Com seis novos satélites a operar até ao fim do ano, estamos a aproximar-nos do ritmo de cruzeiro da produção, teste e colocação dos satélites na constelação”, disse Didier Faivre, director do programa Galileu, da ESA.
“Outros quatro satélites Galileu estão neste momento a ser testados ou finalizados e deverão ser lançados ainda em 2015”, de acordo com a ESA.
Quatro satélites de teste construídos por um consórcio dirigido pela Airbus Defence and Space foram lançados em 2011 e 2012. Mas um deles teve um problema e não funciona correctamente.
A Comissão Europeia comprou 26 satélites fabricados pela OHB. E espera que, até ao fim de 2016, o sistema tenha 14 satélites em órbita e que os primeiros serviços de navegação possam ser fornecidos aos utilizadores, oferecendo mais serviços do que o GPS.
Os dois sistemas são compatíveis. O objectivo da Comissão Europeia é que a constelação de satélites esteja totalmente operacional em 2020.
“A missão Galileu funciona com 24 satélites, mas queremos ter mais seis satélites sobresselentes”, disse Didier Faivre. A Comissão Europeia deverá aprovar a compra dos outros no início do próximo ano.
O programa Galileu já custou cinco mil milhões de euros. Para o período 2014-2020, a Europa planeia gastar mais sete mil milhões de euros.
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