Demolições prosseguem na Amadora com detenção de um deputado municipal

Demolições prosseguem na Amadora com detenção de um deputado municipal

Demolições prosseguem na Amadora com detenção de um deputado municipalAs demolições no Bairro de Santa Filomena foram retomadas esta quinta-feira perante os protestos de moradores e representantes do Bloco de Esquerda e vários activistas.


Demolições prosseguem na Amadora
A Polícia de Segurança Pública, chamada a supervisionar as movimentações desta manhã naquele bairro da Amadora, acabaria por deter um dos activistas e um deputado municipal do BE, que se encontrava no local para “fiscalizar a actuação da polícia”, de acordo com o site do Bloco.

Numa tentativa de impedir a demolição de barracas, incluída no plano de demolição que está a ser levado a cabo pela autarquia socialista, moradores e activistas formaram cordões em torno das máquinas utilizadas nos trabalhos de terraplanagem do bairro.

A PSP acabaria por deter o deputado municipal João Camargo, identificado com o cartão de deputado e exercendo funções de fiscalização.

De acordo com o BE, a detenção ocorreu depois de João Camargo ter questionado a actuação das forças de segurança, invocando uma recomendação do Provedor de Justiça no sentido de - face à falta de informação - interromper as demolições.

Em diálogo com os agentes, o deputado bloquista terá questionado a PSP “se obedecia à CM da Amadora ou à nação”. João Camargo foi então algemado e detido, o mesmo acontecendo com um dos activistas no local.

O Bloco relembra as palavras do provedor sublinhando que “revestir-se-ia de toda a utilidade que nos elucidasse acerca das razões de interesse público que possam justificar que, no atual contexto económico, em que todos os programas de apoio social se encontram suspensos, se opte pela erradicação de todo o bairro em detrimento da sua reconversão”.

Esquerda questiona razões para a demolição

No Bairro de Santa Filomena esteve também Helena Pinto, deputada bloquista na Assembleia da República. Depois das acusações deixadas ontem em São Bento, Helena Pinto voltou a apontar o dedo à autarquia socialista por – na sua opinião - não ter tomado as medidas necessárias para realojar aqueles que perderam as suas casas para as demolições.

No hemiciclo em São Bento, Helena Pinto apelava esta quarta-feira aos deputados de todas as bancadas para que tomassem posição contra as demolições, mas apenas a bancada comunista se lhe uniu no pedido de suspensão do processo. Helena Pinto pede uma "política humanista, de esquerda e socialista" e defende que "não se põem na rua velhos, crianças e pessoas que não têm para onde ir".

Sustentando que as demolições "não têm qualquer base legal", a bloquista sugere que este é um processo que apenas serve interesses imobiliários: "Basta subir o morro e percebemos ao olhar para a vista onde muito provavelmente nascerá uma urbanização de luxo".

Rita Rato, deputada do PCP, considerou o processo "inaceitável" e lembrou, também ela, as declarações do Provedor de Justiça, que recomendou a suspensão das demolições perante a falta de informação.

Por outro lado, o deputado do PSD Carlos Silva, também vereador municipal na Amadora, quis fazer uma "retrospetiva histórica" deste processo, notando que esta autarquia foi "a última a aderir" ao Programa Especial de Realojamento (PER) lançado nos anos 90 e que as famílias que não estão abrangidas "não têm direito a um lar, infelizmente".

Demolições prosseguem na Amadora
Pelo PS, a deputada Celeste Correia defendeu a ação da Câmara Municipal, afirmando que este "não é um tema linear", em que é difícil "encontrar o tom certo e justo"

A socialista referiu que a autarquia da Amadora "investiu 12 milhões de euros" nos apoios aos bairros sociais, "sem apoio do governo central", e que "a taxa de resolução do PER é de 87 por cento, faltando apenas realojar 874 agregados familiares".

"A Câmara continua empenhada em resolver os problemas e não vai suspender a execução do PER, não acha que é neste sentido e neste esforço, de Governo, autarquias e sociedade civil que temos de encontrar com bom senso a resposta a este problema?", interrogou.

O deputado do CDS João Gonçalves Pereira defendeu por seu lado que este processo "deve sobretudo ser acompanhado pela Câmara da Amadora" e que este deve ser concluído "sem nenhum tipo de injustiça social".

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