Telefonema salvou uma portuguesa do ataque no Bataclan
Telefonema salvou uma portuguesa do ataque no Bataclan:Uma portuguesa a viver em Paris deveria ter estado no Bataclan à hora do atentado não fosse um telefonema de última hora que a levou a atrasar-se cerca de 40 minutos.
Mariana Silva, de 20 anos, preparava-se para sair de casa com um grupo de mais três amigas quando foi obrigada a permanecer ao telefone para acertar detalhes relacionados com um trabalho que estava a fazer para Portugal.
"Foi um telefonema sobre coisas completamente insignificantes, como o tipo de fita cola, mas que me fizeram atrasar 30 ou 40 minutos."
Durante esse tempo, as três amigas, ao seu lado em casa, diziam-lhe, impacientes, para se despachar porque havia outros amigos à espera - o plano seria festejar um aniversário no Bataclan .
Ao saberem do atraso, esses amigos, que já iam a caminho da sala parisiense, decidiram parar num bar para beberem um copo e fazer tempo. Até que Mariana e as amigas saíram, finalmente, de casa, em passos lestos.
"Foi quando descemos para a rua que se deu o alerta e começamos a ver o metro a parar e as esplanadas todas a fechar." Em simultâneo, "os telefones começaram todos a tocar" e "falava-se que havia atentados e que o país estava em guerra".
"Isso criou um bocadinho de pânico até porque logo a seguir os telefones deixaram todos de funcionar e ficamos sem saber uns dos outros", conta-nos.
Três horas de aflição
As amigas regressaram para casa de Mariana e ficaram sideradas com as notícias na televisão. "Falavam em cem mortos no Bataclan e durante mais de três horas não conseguimos falar com o resto do grupo".
A inquietude só abrandou quando finalmente souberam que os restantes amigos acabaram por não entrar no Bataclan, pois apareceram no momento em que a polícia chegou.
Em Portugal, o pai de Mariana também viveu momentos de agonia. João Silva preparava-se para inaugurar a Casaporto, um evento na rua Nova da Alfândega, no Porto, quando foi a um restaurante pedir uma ficha tripla. Foi aí que olhou para a televisão e começou a ver as imagens.
"Comecei a ouvir falar em tiros e em mortos e reconheci logo a rua e fiquei absolutamente petrificado porque sabia que ela estaria por ali." "Por sorte, por minutos, por segundos elas não estiveram envolvidas". "Foi uma noite muito complicada", desabafa.
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