Destituído pelo Senado italiano, Berlusconi declara “dia de luto para a democracia”
Um voto do senado italiano aprovou esta quarta-feira a expulsão de Sílvio Berlsuconi do parlamento, devido à sua condenação por fraude fiscal no escândalo Mediaset. Berlsuconi foi condenado a quatro anos de prisão efetiva, dos quais três lhe foram amnistiados e poderá incorrer em novas penas no âmbito de outros processos que ainda decorrem. O homem que foi três vezes primeiro-ministro de Itália falou a uma multidão de apoiantes, momentos antes do voto do Senado, considerando tratar-se de “um dia de luto para a democracia”.
“É um dia amargo, um dia de luto” afirmou Sílvio Berlusconi dirigindo-se aos seus apoiantes que se concentraram em frente da sua residência de Roma para o apoiar.
“Hoje, olhando-vos olhos nos olhos, vejo que esta emoção não apenas a minha mas também a vossa “, disse o antigo chefe do governo de mão pousada sobre o coração.
"Dia de luto para a democracia"É um dia de luto para a lei, para o direito e para a democracia”, repetiu, acusando “a magistratura comunista”, que, segundo ele, “abriu o caminho à conquista do poder pela esquerda”. Na ocasião, Il Cavalieri mostrou-se indignado por ter sido o objeto de “57 processos”, o que lhe custou “muito dinheiro e tempo”.
“Nunca nenhum líder político sofreu uma perseguição tão grande como a que eu sofri”, disse Berlusconi, que comparou as batalhas judiciais a “um pelotão de execução”.
Apesar dos seus 77 anos e de ter sido sentenciado à prisão, Sílvio Berlusconi prometeu que não abandonará a política italiana que tem vindo a dominar desde há 20 anos e afirmou que continuará a liderar, a partir de fora do parlamento, o seu partido “Forza Itália” que ainda conta com milhões de apoiantes.
"Não me vou retirar para um convento..."
“O dirigente de centro-direita já não é senador” mas, “mesmo sem ser parlamentar é possível continuar a lutar pela nossa liberdade”, disse aos partidários, “não me vou retirar para um convento, nós estamos aqui, vocês estão aqui e nós estaremos lá”, reforçou, enquanto a multidão de entusiastas afrontava as temperaturas geladas aos gritos de “Sívio, Sílvio”.
“O Senado de esquerda, com o seu poder, ordenou ao tempo para ser frio”, brincou o político e milionário dos média, no discurso feito a partir de um palco instalado para a ocasião, retransmitido em três ecrãs gigantes na pequena rua do Plebiscito onde reside Berlusconi, localizada junto à Piazza Venezza no centro da capital italiana.
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