Estudo: Portugal não está livre de precisar de mais apoio


Estudo: Portugal não está livre de precisar de mais apoio no pós-troika


Investigadores do think tank Bruegel admitem dificuldades no regresso de Portugal aos mercados. A economia, alertam, continua estruturalmente frágil.

A missão da troika foi demasiado optimista nas previsões, dizem os economistas do Bruegel


A fragilidade da economia portuguesa não desaparecerá com a aplicação do plano da troika e as dificuldades vão continuar quando o programa chegar oficialmente ao fim, em 2014. A conclusão é de três economistas do grupo de reflexão belga Bruegel, que admitem que Portugal precise de um programa de assistência cautelar em caso de dificuldade depois da saída da troika, no próximo ano.

No estudo EU-IMF assistance to euro-area countries: an early assessment (“A ajuda da UE-FMI aos países da zona euro: uma primeira avaliação”, numa tradução livre), publicado nesta quinta-feira, os investigadores fazem uma análise aos planos de intervenção externa em Portugal, na Grécia e na Irlanda.

O documento é assinado pelo francês Jean Pisani-Ferry, pelo belga André Sapir e pelo alemão Guntram Wolff, três economistas que se têm debruçado sobre o papel e a actuação das instituições europeias e do FMI na  vigilância das políticas económicas e financeiras na zona euro.

Os autores acreditam que Portugal vai terminar o plano da troika em 2014, como previsto, e que a zona euro vai apoiar o país no regresso aos mercados financeiros. Mas o caminho que traçam é cinzento: a conclusão do memorando de entendimento não significa “o fim dos problemas” e, em caso de dificuldades, Portugal pode precisar de uma ajuda cautelar.

Na mira poderá estar um programa de assistência financeira preventiva através do fundo de socorro permanente dos países em dificuldades (o Mecanismo Europeu de Estabilidade), como contrapartida para Portugal aceder ao programa de compra ilimitada de dívida (no mercado secundário) do Banco Central Europeu (BCE), referem.

Este foi, de resto, um cenário já colocado em cima da mesa pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que falou recentemente nesta hipótese para um “período de transição”. Não como um “programa de assistência financeira” idêntico ao actual, mas como um “mecanismo de seguro, com uma linha de crédito de reserva associada, que pode ser utilizada para superar perturbações temporárias no financiamento de mercado”, referiu Carlos Costa.

No estudo do grupo de reflexão sedeado em Bruxelas, autores apontam erros e virtudes aos três planos de ajustamento, mas ressalvam que é preciso não confundir, por exemplo, falhanços de previsões com um falhanço dos próprios programas. É o que acreditam ser o caso de Portugal, cujo plano de ajustamento, defendem, pode vir a ser considerado bem sucedido, “apesar de a economia portuguesa permanecer estruturalmente débil e frágil contra choques” externos.



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