Marcelo sobre a redução da TSU: "Passos Coelho é teimoso"

Marcelo sobre a redução da TSU: O comentador político diz que as propostas do governo no âmbito dos programas de estabilidade e de reformas são, no fundo, o "programa eleitoral da coligação", considerando o plano em matéria fiscal de "realista"

O ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta noite no seu espaço de comentário semanal na TVI que a insistência do governo na redução da Taxa Social Única está relacionada com "uma característica fundamental de Passos Coelho: é teimoso".

Marcelo recordou que o governo foi forçado a abdicar da medida em 2012, mas que Passos agora regressa à mesma ideia com um problema: "onde ir buscar o dinheiro, já que não pode, como da outra vez, ir aos trabalhadores".

O comentador fala numa "pequena habilidade" do primeiro-ministro ao sugerir que a perda de receita pode ser compensada com "a flexibilidade que a União Europeia dá para o défice, de 0,5%, aos países cumpridores". Porém, alerta Marcelo, isso seria "para apenas um ano".

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que os programas de Estabilidade e de reformas (plano para 2015-2020) apresentados pelo governo são, no fundo, o "programa eleitoral da coligação". O programa de reformas, no entender do ex-líder social-democrata, é "forte na parte fiscal" e "fraco na parte da Segurança Social".

Propostas a nível fiscal, como a eliminação gradual da sobretaxa até 2019, é para o professor "fazível e realista", não tendo o governo caído na tentação de um plano "eleitoralista". O social-democrata admite que o PS "apareça com propostas mais radicais".

Sobre a greve da TAP, o professor universitário considera-a "suicida" para os pilotos, pois os prejuízos avultados que esta pode trazer poderá levar à reestruturação. Ou seja: ao despedimento dos próprios pilotos. Seja por consequência da não existência de toda da privatização ou de uma venda feita "ao preço da uva mijona".