Venda da PT Portugal: «Alguém vai processar alguém»
O negócio com a Altice pode ser aprovado esta sexta-feira pela Oi, mas a PT SGPS tem poder de veto
A venda da PT Portugal à Altice poderá ser aprovada pelo conselho de administração da Oi durante esta sexta-feira, pelo que esta aprovação poderá ser apresentada ao conselho de administração da PT SGPS na próxima semana ou seguintes , disse a fonte oficial da PT SGPS à Reuters.
Acrescentou que, «aconteça o que acontecer, alguém vai processar alguém», frisando que a luta já é «bastante feia» dado o poder de veto da PT SGPS.
A fonte oficial da PT SGPS referiu que «a Oi tem de apresentar à PT SGPS um justificativo da venda da PT Portugal, neste caso à Altice, que foi escolhida para negociações exclusivas durante 90 dias», frisando: «esse justificativo tem de apresentar a defesa da valorização das participações dos acionistas da Oi, incluindo a PT SGPS».
«Estando a PT SGPS a ser alvo de uma OPA, o CA da PT SGPS apenas está em gestão corrente e, nesse sentido, terá de solicitar a convocatória de uma Assembleia Geral (AG) para aprovar, ou não, a venda da PT Portugal», salientou.
Destacou que, «mesmo que eventualmente a PT SGPS não esteja sob uma OPA, a Administração da PT SGPS pedirá a convocatória de uma AG» por uma questão de transparência.
A maioria do capital da PT-SGPS está disperso em investidores institucionais internacionais, mas tem como maior acionista individual o Novo Banco com 12,6% do capital, sendo seguido pela Oi e pela Ongoing com 10% cada.
Segundo informação da empresa, atualizada em 18 de Novembro de 2014, o Norges Bank tinha 4,96% da PT SGPS, a UBS 4,78%, o grupo Visabeira 2,64%, o Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social 2,28%, a Controlinveste 2,28% e a Morgan Stanley 2,16%.
A decisão estratégica de vender a PT Portugal requer uma maioria qualificada de dois-terços dos votos presentes, o que deverá tornar mais fácil bloquear esta alienação com apenas um-terço dos votos mais um voto.
A PT SGPS tem dois administradores na Oi que, através do conselho de alinhamento estratégico, que tem um total de seis membros, têm poder de veto numa eventual decisão de venda da PT Portugal.
Ontem, um administrador da Terra Peregrin, empresa detida por Isabel dos Santos, disse que a empresária angolana lançou a OPA sobre a PT SGPS para ser um acionista chave da Oi e retomar a ambição de criar um operador líder mundial na Lusofonia, considerando o preço de 1,35 euros justo e não estando disponível para revê-lo.
Isabel dos Santos é a presidente executiva e uma das acionistas de referência da angolana Unitel - que lidera as telecoms em Angola e é a maior empresa privada angolana.
«Os acionistas da PT SGPS e da Oi têm de decidir se pretendem uma oferta firme, que permite um cash-in imediato de 1,35 euros por ação equivalente a 2 reais, ou se preferem esperar por um movimento de consolidação no Brasil», disse esta quinta-feira o administrador da Terra Peregrin, Mário Silva.
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