Donald Tusk assume a presidência do Conselho Europeu


Adeus Celulite
O ex-primeiro-ministro polaco é reconhecido pela sua capacidade de facilitar compromissos e consensos. A crise do euro e o relacionamento da União com a Rússia são os dois principais desafios.

O ex primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, assume hoje a presidência do Conselho Europeu. Fecha-se assim, o ciclo de renovação das lideranças da União Europeia, após as eleições de Maio. O polaco é o primeiro líder político nascido atrás da Cortina de Ferro a integrar a hierarquia europeia desde o alargamento a Leste.

É o último elemento da nova equipa a iniciar funções: a italiana Federica Mogherini, alta representante para a política externa e segurança, já está a trabalhar desde o início de Novembro, que foi também quando o luxemburguês Jean-Claude Juncker, que dirige a nova Comissão Europeia, tomou posse.

Chegado a Bruxelas um mês depois, Tusk não tem muito tempo para se familiarizar nem com a sua nova cidade (onde poderá passar só dois anos e meio ou ficar até 2019) nem com o seu novo cargo. Na terça-feira, arranca o processo de discussão da proposta de Orçamento comunitário para 2015, com o político polaco a envolver-se nas negociações entre os 28 ministros das Finanças, o Parlamento Europeu e a Comissão: os primeiros propõem restringir as despesas a 140 mil milhões de euros; os segundos defendem um máximo de 146 mil milhões e a equipa de Juncker propõe uma solução intermédia.

No mesmo dia, os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO estarão na capital belga a discutir a crise na Ucrânia. Em apenas 24 horas, Donald Tusk será confrontado com aqueles que foram designados pela imprensa europeia como os dois grandes “desafios” do seu mandato: a reanimação económica depois da crise da zona euro, e a gestão do braço-de-ferro europeu com a Rússia, na sequência da crise ucraniana.

É uma missão aparentemente talhada à figura de Donald Tusk, um católico liberal de centro-direita de 57 anos, que iniciou a sua actividade política ainda jovem, no universo sindicalista. A sua experiência do Pacto de Varsóvia e o seu passado anti-comunista tornam-no sensível a argumentos que não são tão relevantes para os líderes ocidentais; as políticas económicas seguidas pelo seu Governo levaram a Polónia a crescer ao ritmo alucinante de 4,5% (2011), enquanto os países do Sul da Europa, como Portugal, se preocupavam em escapar da bancarrota.

Eleito pela primeira vez em 2007, foi o único primeiro-ministro da Polónia que conquistou um segundo mandato nas urnas. Segundo revelou a imprensa, demorou menos de 24 horas a decidir deixar o cargo e aceitar o convite para presidir o Conselho Europeu – a mudança foi saudada pelos polacos como a prova do seu “grande sucesso”, cuja repercussão foi mesmo comparada à da eleição do Papa João Paulo II.

Descrito pela revista alemã Der Spiegel como um “pragmático radical”, Donald Tusk é um protegido da chanceler Angela Merkel – em entrevista àquela publicação, o polaco confessou que seria muito difícil para ele zangar-se com a líder germânica. Os biógrafos apontam um traço comum que poderá explicar o excelente relacionamento entre os dois, apesar da tensão histórica entre os seus países: nem um nem outro se sentem constrangidos pela ideologia.

De resto, vários comentadores reconhecem a Tusk um talento especial para a “facilitação” de compromissos e consensos: apesar de ser um homem que “diz sempre o que pensa”, o novo presidente do Conselho Europeu é conhecido por nunca alimentar ataques ou polémicas.

      

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