OPEP explica descida de preço do petróleo com “especulação”

Produtores mantém para já a estratégia de não mexer nos níveis de petróleo que colocam no mercado.

O preço do petróleo está, depois de uma queda de quase 50% na segunda metade deste ano, a um nível que não encontra justificação nos indicadores económicos existentes, defendeu este domingo o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Abdallah al-Badri reafirmou, em declarações a jornalistas no Dubai, a actual estratégia da sua organização de não avançar para uma redução da produção que conseguisse travar a actual queda de preços, mas salientou que o actual balanço entre a procura e a oferta no mercado petrolífero internacional não levaria, em circunstâncias normais, a descidas do valor do barril de petróleo tão acentuadas. 

Neste momento, cada barrir está a ser vendido no mercado a um valor ligeiramente acima dos 60 dólares, um valor que é mais de 45% inferior ao máximo registado durante este ano.

A explicação encontrada pelo responsável máximo da OPEP está na “especulação”. “Queremos conhecer as razões reais que conduziram a uma queda destas nos preços”, afirmou, adivinhando desde já que, se a descida se mantiver, isso significa que “a especulação está a contribuir significativamente” para essa evolução.

O mercado de petróleo mundial foi agitado nos últimos meses pelo aumento das reservas norte-americanas em resultado do aumento de produção com novas tecnologias pelo Estados Unidos do petróleo de xisto - “shale oil“. 

Do lado dos produtores tradicionais existe a dúvida se o melhor é baixarem a produção para tentar fazer outra vez subir os preços ou se manter a produção inalterada e tentar vencer a nova concorrência com a descida dos preços que torna o negócio do “shale oil” inviável. 

Há ainda outras questões de ordem geoestratégia a considerar já que dois dos principais países produtores prejudicados são a Rússia e o Irão.