Hospital de Gaia faz primeiro implante de última geração da válvula aórtica
O Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) anunciou hoje que vai realizar na próxima quinta-feira o seu primeiro implante da válvula aórtica de última geração em doente cardíaco.
"Trata-se de uma válvula percutânea aórtica de última geração que será implantada, pela primeira vez em Portugal, neste Centro Hospitalar. Não só se trata de uma válvula de diâmetro mais reduzido, sendo possível reposicionar e /ou retirar a mesma, como há um controlo de posicionamento mais fino e mais preciso", explicou o diretor do serviço, Vasco Gama Ribeiro.
Vai ser implantada "num doente que sofre de estenose aórtica severa que, após estudado e examinado, se verificou que não era tratável por cirurgia convencional", esclareceu.
"Trata-se do primeiro caso de colocação de uma válvula percutânea Evolut R dentro de uma válvula cirúrgica degenerada, evitando assim uma nova cirurgia a este doente. Com a possibilidade de reposicionamento desta válvula, o procedimento torna-se ainda mais fácil e preciso", acrescentou o cardiologista.
Segundo Vasco Gama Ribeiro, a estenose aórtica é uma das doenças cardíacas mais comuns na terceira idade e atinge um em cada 15 portugueses com mais de 80 anos.
"Consiste num aperto da válvula aórtica, que tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Quando existe este problema, o sangue começa a passar com dificuldade, provocando sintomas como cansaço fácil, falta de ar, tonturas e desmaios", referiu o cardiologista.
Resultante de um processo de envelhecimento, "a estenose aórtica afeta 32.000 portugueses e, sem tratamento, a mortalidade é de 100% ao fim de dois anos", disse.
Segundo o especialista, "a solução para o tratamento desta doença é a cirurgia de substituição da válvula aórtica, mas hoje existe uma alternativa à cirurgia cardíaca convencional, menos invasiva, colocando a válvula através de um cateterismo pela artéria femoral".
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