Tiros de Kalashnikov em Marselha no dia da visita de Manuel Valls

Caso estará relacionado com ajustes de contas entre bandos rivais, numa cidade marcada pelo narcotráfico.

No dia em que o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, inicia uma visita de 24 horas a Marselha, uma cidade com enormes problemas de segurança relacionados com o tráfico de droga, homens encapuçados dispararam contra um carro de polícia que tinha respondido a uma denúncia de que alguém estava a disparar tiros de Kalashnikov no 15º bairro da cidade.

Segundo o jornal local La Provence, testemunhas relataram que “cinco a dez a indivíduos encapuçados dispararam para o ar com Kalashnikovs”. “Foram disparados tiros perto dos carros da polícia, mas não pareciam tê-los como alvo”, disse outra fonte à revista L’Express.

Os disparos não fizeram vítimas, e a polícia descobriu um depósito de armas na zona da Castellane, com uma dezena destas espingardas automáticas.

“Tudo indica que se tenha tratado de um ajuste de contas entre bandos rivais”, afirmou Philippe Bianchi, da Direcção Departamental de Segurança Pública, citado pelo Le Monde.

Manuel Valls, que se desloca a Marselha com os ministros do Interior e da Educação, faz nesta visita o balanço da aplicação do plano de ajuda à segunda maior cidade francesa anunciado em Novembro de 2013 pelo anterior primeiro-ministro, no valor de 3500 milhões de euros.

 Um ano antes, o chefe do Governo tinha feito uma visita de dois dias a Marselha, quando a cidade era palco de inúmeros ajustes de contas entre bandos rivais de traficantes.

Em 2014 houve 15 incidentes deste tipo, que fizeram dez mortos e oito feridos; mas na segunda parte do ano houve uma trégua, quebrada entretanto em Janeiro.

Os números de combate à criminalidade dos últimos dois anos citados por Manuel Valls numa entrevista ao jornal  La Provence são positivos: baixa de 30% nos assaltos à mão armada, diminuição de 20% na violência física contra as pessoas, e apreensões recorde de estupefacientes.

Mas em termos sociais, Marselha continua a ter enormes problemas. A taxa de desemprego, por exemplo, anda pelos 12,7%, atingindo sobretudo os mais jovens e os mais velhos.