Governo Alemanha avisa EUA que lei alemã se aplica dentro das embaixadas

O Governo alemão avisou hoje os Estados Unidos que "em solo alemão vigora a lei alemã" e deixou claro que as leis são para cumprir por todos, "alemães e estrangeiros, cidadãos e empresas, e também diplomatas e embaixadas".

Alemanha avisa EUA que lei alemã se aplica dentro das embaixadas

O aviso do Governo de Angela Merkel surge na sequência das informações veiculadas hoje pelo semanário Der Spiegel, que afirma que o telemóvel da chanceler alemã foi escutado pelos serviços secretos norte-americanos, e está expresso num comunicado do Ministério dos Assuntos Exteriores, liderado por Guido Westerwelle, que espera que Washington partilhe esse entendimento.

"A espionagem entre aliados não é produtiva", realçou o ministro, sublinhando que, como se comprova, essas práticas são "politicamente muito prejudiciais".

O comunicado do Ministério lembra que a lei alemã é para cumprir em todo o solo alemão, e considera que isso inclui também as embaixadas, os postos diplomáticos e também os próprios diplomatas.

Já hoje, o ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedrich, afirmou que "espiar é um delito e os responsáveis devem responder por ele".

Em entrevista ao jornal Bild am Sonntag", Friedrich deixou claro que "se os norte-americanos escutaram telefones alemães em solo alemão, violaram a lei alemã".

Os Estados Unidos tinham, em 2010, cerca de 80 equipas de espionagem da CIA e da NSA em todo o mundo, 19 das quais nas principais capitais europeias, como Madrid, Berlim, Paris, Roma, Praga ou Genebra, segundo o semanário alemão Der Spiegel.

De acordo com a edição de hoje do semanário, citada ela agência espanhola EFE, são reveladas informações de caráter reservado dos serviços de informações dos Estados Unidos, segundo os quais o telemóvel da chanceler alemã, Angela Merkel, está na lista de objetivos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla original), desde 2002.

Baseando-se em documentos da agência, o telemóvel de Merkel continuava a ser escutado até poucas semanas antes da visita de Barack Obama a Berlim, em junho.

Segundo o mesmo artigo, o número da chanceler alemã aparece listado como 'GE Chancellor Merkel', mas não é especificado que tipo de comunicações eram espiadas, se todas as conversas ou apenas os dados dos contactos.

Uma unidade chamada 'Special Collection Service" (SCS) estava encarregada de recolher a informação, com a ajuda de uma equipa, não registada legalmente, dentro da embaixada dos Estados Unidos em Berlim.

Além do telemóvel da chanceler, a equipa que operava na embaixada, situada perto da emblemática Porta de Brandeburgo, a menos de um quilómetro da chanceleria, trabalhavam técnicos da NSA e da CIA, encarregados de espiar com sofisticadas antenas as comunicações dos quarteirões onde se encontram os principais edifícios do governo alemão.

Se essas instalações fossem identificadas como postos de escuta, isso "danificaria gravemente as relações dos EUA com um governo estrangeiro", reconhece-se no documento da SCS classificado como "muito secreto".

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